Um dos grandes ícones da soul music brasileira, o cantor e compositor Carlos Dafé também é reconhecido por destacar a Black Music nos anos 1970 ao lado de nomes como Tim Maia e Gerson King Combo. Ele será o convidado do programa CBN Noite Total, da Rádio CBN, desta quinta-feira, 31 de março, às 21h. Na entrevista, conduzida pela jornalista Tania Morales, Dafé vai contar histórias, falar da carreira e do relançamento de um dos seus álbuns mais emblemáticos, “Malandro Dengoso”, produzido por João de Aquino, músico primo de Baden Powell, que chega às plataformas digitais pela Warner Music.
A sonoridade da obra do “Príncipe do Soul” – título dado por Nelson Motta – sempre rompeu as divisas dos gêneros musicais, unindo samba, música latina, jazz, soul, bossa nova e choro, enriquecendo sua musicalidade.
Para Carlos Dafé, o trabalho de 1979 em princípio pareceu assustador. Isso porque a expectativa de público e crítica era o da continuidade de seus álbuns de 1977 e 1978, lançados pela WEA (acrônimo de Warner Elektra Atlantic, um selo icônico da Warner), nos quais a sonoridade Black Music ainda era dominante.
– Com o tempo, foram entendendo a criatividade da proposta da minha música – afirma Dafé.
O disco chegou a ser licenciado para a gravadora Som Livre, via RGE, como uma coletânea, mas só agora chega às plataformas digitais para ser apreciado, 42 anos depois de seu lançamento no formato físico. Um capítulo precioso da música popular brasileira, especial para aqueles que frequentaram as noites em que o grande Dafé se apresentava nos palcos brasileiros com esse repertório e para quem, talvez nem nascido, não pode deixar de conhecer.
Para conferir a entrevista, com som e imagem, acesse: https://www.youtube.com/c/cbnrede/
Obra revisitada e parcerias com a nova geração
Com mais de cinco décadas de carreira, Dafé é um dos artistas mais emblemáticos da música brasileira. Quebrou barreiras e preconceitos sendo precursor, com Tim Maia, Cassiano, Hyldon, entre outros, do movimento da soul music no Brasil, nos anos de 1970. Sucessos como “Pra que vou recordar o que chorei”, “A cruz”, “Tudo era lindo” e “De alegria raiou o dia” eternizaram o seu nome na história da MPB. Em 2019, entre as diversas apresentações que fez, subiu ao palco do Rock in Rock para um encontro antológico com Mano Brown, Boogie Naipe, Bootsy Collins e Hyldon. Além de Mano Brown, é reverenciado e coleciona parcerias com nomes de gerações posteriores, como Bid, do Bambas e Biritas, Lino Krizz, Eduardo Brechó, do grupo Aláfia, Gabriel Moura, ex-integrante do grupo Farofa Carioca e Theo Bial (este último que já declarou publicamente ter Dafé como uma das suas maiores referências).
Durante a pandemia, Dafé promoveu lives solidárias para arrecadar doações em prol da população em situação de rua e de artistas que enfrentaram dificuldades por causa da paralisação das atividades culturais.