Continuando sua mescla de música brasileira e tons eletrônicos para trazer um olhar contemporâneo sobre a ancestralidade, a cantora potiguar CLARA apresenta uma nova força para a mensagem da sua faixa “Carga” com um remix assinado pelo DJ e produtor JF Santiago. A mensagem da música fica em primeiro plano com um lyric video assinado por Marina Mole. Este projeto é uma realização da Dale! Produções Culturais com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte, Fundac?a?o Jose? Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministe?rio do Turismo e Governo Federal.
Lançada no dia em que é celebrada a abolição da escravatura, a faixa é uma provocação para o que é a liberdade e as consequências de séculos de opressão. No lyric video, isso fica mais explícito em um diálogo entre as palavras “vil”, sinônimo de mau, baixo valor, e “viu”, termo cotidiano para afirmar a existência de algo que nos paralisa. Em “Carga”, as palavras denunciam a condição degradante de ser escravizada, mas ganham força com a tomada de consciência.
A dualidade proposta por CLARA da carga imposta sob o corpo negro e como isso é um peso a ser carregado por todos hoje é uma das marcas da poética do EP “Volte e Pegue”, lançado pela artista em 2020 através do selo Rizomarte Records. Na sabedoria do povo Akaan da África Central, “Volte e Pegue” é a tradução de sankofa, trecho importante do provérbio ”não é tabu voltar para trás e recuperar o que você perdeu”. E é isso que CLARA faz neste que é seu quinto trabalho de estúdio na carreira, mas sem perder o foco do presente e sobre o que significa ser mulher negra, mãe e periférica no Brasil atual.
Ouça “Volte e Pegue”: https://tratore.ffm.to/voltepegue
Assista ao clipe “MESMO”: https://youtu.be/-0K4_hyLWEU
Assista ao clipe “Força”: https://youtu.be/6oB3Ae8I1rI
Clara Pinheiro é cantora e compositora multi-premiada que se reinventa em seu mais recente trabalho. Desde muito cedo se identifica com as artes, por isso estudou teatro durante dez anos. Aceitando um convite da banda de vanguarda Pangaio, subiu ao palco acompanhada com um grupo pela primeira vez em meados de 2006, passando pela Orquestra Boca Seca.
Em 2010 forma a banda Clara e a Noite para apresentar seu trabalho, mesmo ano que ganha o prêmio de júri popular do Festival de Música do Beco da Lama (MPBeco), saiu em turnê pelo Nordeste e tocou nos mais importantes festivais do Rio Grande do Norte. Em 2014 fez uma turnê pela Europa.
Em 2016 inicia uma pesquisa sobre a obra de Gal Costa e Maria Bethânia, junto com a cantora Simona Talma que resulta no espetáculo Pássaros Proibidos. No mesmo ano, engravida e começa a mergulhar em si para refletir sobre sua negritude e o seu lugar no mundo. Foram três anos de pesquisa buscando se conectar e encontrar o seu lugar na luta por equidade racial e de gênero. Neste percurso, nomes como Nina Simone, Angela Davis, Elza Soares, Martin Luther King, Billie Holiday, Itamar Assumpção, Carolina de Jesus, Jota Mombaça, Os Panteras Negras e tantos outros fizeram parte dos seus dias.
Em 2020, lançou o álbum “Volte e Pegue”, realizado com uma campanha de financiamento coletivo com o apoio do Edital de Economia Criativa 2020 do Sebrae/RN e com produção musical de Zé Caxangá e Pedras. Neste momento de empoderamento, assumiu seu trabalho apenas como CLARA, trazendo para o hoje o que carregamos em nossas raízes com o acolhimento das pessoas próximas e da comunidade como porto seguro.
“Pra mim é um novo momento que se inicia, principalmente porque esse trabalho é muito sobre mim, mas também sobre nós, que estamos nas periferias desse Brasil. É um disco que tem imagem, fecho os olhos e posso ver os vídeos de todas as músicas. Agora o foco é trabalhar para gravar clipes de outras músicas do EP Volte e Pegue”, conclui.
O remix de “Carga” está disponível no canal do YouTube da artista e o EP, em todas as plataformas de música digital.
Assista ao lyric video de “Carga (Remix)”: https://youtu.be/YUQCk2OWR2I
Ouça “Volte e Pegue”: https://tratore.ffm.to/voltepegue