Madalena renasce, ressurge e se ressignifica no novo single do cantor, compositor e instrumentista Lucas Adon. A faixa, batizada em homenagem à filha do artista e composta ao lado da jornalista, diretora artística e parceira de vida Carol Tavares, é uma celebração da vida que existe e resiste mesmo confinada, trazendo uma reflexão sobre a parentalidade no isolamento e sobre a criação de vínculos em tempos de distanciamento. A canção estreia com um clipe e já está disponível nas plataformas digitais.
A gravação intercontinental reuniu instrumentistas entre Brasil e Espanha, onde Lucas reside atualmente. A faixa mescla ritmos como baião, samba e rock e conta com Bruna Caram no acordeon, a sergipana Jeca Mó no vocal e o recifense Dan Marinho, autor do livro “Tambores en el Silencio”, no pandeiro triângulo e zabumba, todos direto de Barcelona. Do Brasil, contribuíram Gabriel Guilherme (Chico Pinheiro, Arismar do Espírito Santo, Sophia Abrahão) na bateria, finalização e masterização e Paulo Afonso Tchê, pai de Lucas, no contrabaixo.
“Madalena” antecipa o novo disco “Nous e o dia que descobri que Deus não está no céu”. O terceiro trabalho de Lucas Adon traz o conceito da aceitação como mote, a transformação real pelo amor. “Nous” vem do grego e significa “olho do coração”. É como Maria Madalena define em seu evangelho apócrifo o lugar onde Deus está – “quem tiver ouvidos para ouvir, ouça”.
“Toda a ideia do trabalho é baseada no fato de que não precisamos de instituições para encontrar Deus ou a salvação – mas sim de aceitar o que não podemos mudar, transformar isso em amor e partir para a luta desde esse lugar. Jung era quem tinha alguns evangelhos apócrifos antes de eles serem descobertos e usaremos os arquétipos dele em cartas de tarô como material de divulgação para cada faixa. Madalena é a Estrela – concretização, resposta, predestinação, aquela que guia”, resume Lucas.
Este será o primeiro álbum de Adon após sua mudança para Barcelona, e também o primeiro lançamento como pai. Não por acaso, a faixa celebra um ano de Madalena e abre caminho para outros singles, reunindo novas e antigas composições.
O trabalho vem para somar a uma trajetória que transita por música, teatro e psicologia há quase duas décadas. Lucas Adon começou na música aos 16 anos, aprendendo a tocar violão por influência do pai, compositor para o infantil Bambalalão, da TV Cultura, além de baixista de artistas como Altemar Dutra e ngela Maria.
Em 2005, Adon montou a banda Imigrantes Italianos do Século XXI e fazia rock distorcido e gritado. Em 2015 lançaram o disco “O Culto ao Santo Grau” e em 2018 o grupo começou a tocar na Rádio Rock 89 FM e acabou abrindo show da banda Dead Fish. Aproveitando um hiato criativo, em 2012 Lucas decidiu gravar seu primeiro álbum solo.
Começou a produção do disco “Liberdade LTDA” junto ao pai em Pouso Alegre (MG) no estúdio de Rafael Toledo. O trabalho foi finalizado em 2015 com o músico Wagner Bernardes no estúdio Espaço Som. A capa do disco é uma imagem real de Adon sendo abordado pela polícia em um protesto contra o aumento da tarifa de ônibus no Viaduto do Chá, em São Paulo, em 2011. O single “Mal Estar na Civilização”, música baseada em um texto de Freud, ganhou clipe.
Toda essa trajetória musical ocorria em paralelo com o teatro infantil. Entre 2005 e 2013, o cantor e músico desenvolveu a atuação em diversas apresentações e temporadas por SP, capital e interior, com o musical infantil “O Quintal Encantado de Ozom”, baseado no livro de seu pai, “O Jardim Ozom”. Completando a vivência múltipla veio a formação em Psicologia, que o levou a realizar desde testes psicológicos a educação em museus e trabalhos voltados para os direitos humanos, onde se encontrou na área social da Prefeitura de São Paulo.
Em 2016, surge o disco “Do Luto à Luta”, reunindo faixas voltadas para as cinco fases de elaboração do luto – um encontro do seu trabalho na Psicologia com sua vertente musical -, além de canções com temáticas de ativismo político. Entre os singles, destaca-se “Desencadeou”, cujo clipe entrou para a programação da MTV Brasil.
Agora, já morando em Barcelona e vivendo de perto um dos maiores impactos globais da Covid-19, o músico reflete sobre o último ano em confinamento, porém vivido intensamente como pai. Enquanto o mundo lá fora se fecha, “Madalena” traz o frescor do desconhecido, da descoberta. Essa liberdade norteia o direcionamento criativo do novo disco, “Nous e o dia que descobri que Deus não está no céu”, onde rock, pop, folk, baião e samba se encontram. Enquanto isso, é possível ouvir “Madalena” nas principais plataformas de streaming – e conferir o clipe no canal de YouTube de Lucas Adon.
Assista a “Madalena”: https://youtu.be/Tq9brABCUaw
Ouça “Madalena”: https://smarturl.it/LucasAdonMadalena