Política nunca foi tão discutida como na atualidade, essa mudança é muito nítidas nas redes sociais, onde se aglomeram grandes e acaloradas discussões entre pessoas com visões diferentes. Na maioria das vezes, os debates giram em torno de como seria o Brasil caso outros candidatos à presidência fossem eleitos, porém, o escritor e físico Maurizio Ruzzi se destaca nesse assunto ao reunir treze realidades alternativas em “13 Vítimas da Política Brasileira”, seu livro baseado nas eleições de 2018.
Com a escrita iniciada antes do 1° turno das eleições, a obra é composta por treze contos que descrevem e/ou exploram possíveis realidades caso outros candidatos fossem eleitos presidente do Brasil. O pano de fundo traz os políticos que concorreram naquele ano, mas os eixos são as ideias que giram em torno deles, trazendo consequências até criminosas em uma narrativa com um pouco de humor.
“A política brasileira sempre me pareceu ficção fantástica, das mais absurdas. É muito fácil fazer ficção com ela. Difícil é superar a realidade no tocante ao surrealismo”, disse Maurizio Ruzzi em entrevista.
Geraldo Alckmin, Álvaro Dias, João Amoêdo, Guilherme Boulos, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Cabo Daciolo, José Maria Eymael, Fernando Haddad, Vladimir Putin, Marina Silva, Henrique Meirelles e Vera Lúcia, são os personagens das tramas propostas por Maurizio Ruzzi, e por meio da personalidade política de cada um deles, o autor se propõe a expor as vítimas de cada realidade paralela apresentada; algumas dessas “realidades” são apresentadas pelos fatores que levaram a eventual vitória nas eleições, já outras pelas consequências dessa vitória.
Por ser um livro de ficção política — com traços reais —, o escritor afirma que forçou muito para não impor a sua posição dentro dos contos. Atualmente ele está trabalhando no lançamento de Quarentena, seu quinto livro lançado, que entrou recentemente em pré-venda pela Skull Editora, sendo considerado um dos primeiros livros inspirados na atual pandemia.
“13 Vítimas da Política Brasileira” foi lançado em janeiro de 2019.
Sobre o livro
13 Vítimas da Política Brasileira é um livro de contos baseado nas eleições presidenciais brasileiras de 2018. Os contos descrevem e/ou exploram uma realidade alternativa na qual cada um dos 13 candidatos sagra-se vencedor do pleito.
O livro, escrito no decorrer das eleições, não defende absolutamente nenhuma orientação ideológica. Quer apenas trazer as ideias e ideologias para o centro do palco, iluminá-las com a luz da literatura e fazê-las dançar ao som de sua própria música, e das palmas apaixonadas de seus seguidores.
Bons conhecedores das personalidades dos candidatos vão perceber que nada além da ponta do iceberg de suas imagens públicas foi explorado. Os contos não tem como objetivo explorar os candidatos em si, afinal eles não são nunca o tema de fundo de nenhuma das histórias. Os candidatos são personagens, e nada além disso.
Esta é uma boa caricatura da política brasileira: uma política de personagens, que manipulam ideias como se fossem marionetes. O saudável, alguém poderia argumentar, é justamente o contrário, uma política onde são as ideias que manipulam as personagens. Talvez haja um pouco disso no mundo subjacente a estes contos, como uma espécie de tempero utópico. Talvez haja mais disso no livro do que o autor imaginou ou desejou a princípio.
Mas isso não é um problema, afinal este é um livro de ficção. De ficção política, poderia mesmo se dizer. E toda política, no momento de sua concepção, tem uma grande dose de ficção. O que torna a política real é o simples fato que, em algum momento, as pessoas passam a acreditar nela.
Para o bem e para o mal.
Sobre o autor
Este autor dispensa apresentações. Não por que seja extremamente conhecido (muito pelo contrário), mas porque ele próprio faz questão de dispensá-las.
Que sentido há em apresenta o autor em um livro de ficção? Não seria esta apenas uma maneira de fornecer ao leitor uma espécia de justificativa ao texto? Quase nada além disto faz grande maioria das inumeráveis apresentações de autores mundo editorial afora.
Este autor em particular, porém, recusa-se a deixar que alguém o apresente, ou a fazer sua própria apresentação, por um motivo bastante simples: ele não quer que o livro seja lido de maneira mais favorável porque o autor é isto ou aquilo, ou porque ele já escreveu este ou aquele livro sobre este ou aquele assunto. Ele não quer que, nunca, alguém refira-se a esse livro como “o livro de um cara que….” ou “o livro daquele cara”. Não, prefiro correr o risco de um dia o livro vir a ser, simplesmente, “aquele livro”
Site do livro: http://13vitimas.com.br/